sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Como? Por quê?














O hábito de ler

                                  Emilio Davi Sampaio/Iris Genaro Borges

Cabe ao educador desenvolver nos alunos o interesse e o hábito pela leitura, adotando obras de ficção e não ficção no decorrer do ano letivo, de uma forma que eles possam ver a ligação de um assunto com outro, mostrando algo do interesse comum deles, pois o maior contato com os livros vem da escola. Para manter aceso o hábito da leitura, segundo Bamberger (2002, p.20):

[...] precisamos ir além das necessidades e interesses das várias fases de desenvolvimento e motivar a criança a ir ajustando o conteúdo de suas leituras à medida que suas necessidades intelectuais e condições ambientais forem mudando. É preciso fazer da leitura um hábito determinado por motivos permanentes, e não por inclinações mutáveis.

Para que haja entusiasmo por parte dos alunos, o professor também precisa ser um leitor entusiasta, possuir conhecimento de várias opções de leitura e ter um bom relacionamento com os alunos, de forma que possa orientá-los pelo mágico caminho da leitura.
Estudos realizados com jovens leitores vêm mostrando que muitas crianças não leem por terem dificuldade de saber ler, de compreender e de analisar textos. Já os alunos que gostam dessa atividade têm maior concentração e assimilam com maior rapidez o conteúdo. O fato de ler mal leva o aluno a buscar outro passatempo, perdendo o interesse pela educação. E cabe ao professor motivar esse aluno a ler. Bamberger (2002, p.31), sobre isso aponta o seguinte: “[...] o que leva o jovem leitor a ler não é o reconhecimento da importância da leitura, e sim várias motivações e interesses que correspondem à sua personalidade e ao seu desenvolvimento intelectual”.
Pesquisas vêm concluindo que são as motivações que levam as crianças a praticarem o hábito de leitura. O ato de ler, por sua vez, impulsiona as aptidões intelectuais, como o pensamento e a fantasia, a expansão do “eu”, o prazer de encontrar um mundo de fantasias e descobrir coisas novas e praticar uma habilidade recém adquirida.
Os pais também devem incentivar nas crianças o hábito de ler. Como? Lendo em voz alta, contando histórias e mostrando figuras a elas, criando, dessa maneira, um ambiente que as conduzem ao interesse pela leitura. É preciso incentivar e acompanhar suas leituras, evitando a leitura mecânica, muito comum nas escolas, onde os professores fazem da leitura um exercício, uma atividade, obrigando seus alunos a ler. Muitos professores mandam cada criança ler um parágrafo e corrigem cada letra pronunciada errada. Essa atitude não melhora em nada o processo de aquisição do hábito de ler.
Outro fator que leva alunos à desistência da leitura é, segundo Silva (1995, p.105), “[...] o vendaval de apostilas, que geralmente retalha a totalidade de uma ou mais obras e afasta os alunos das bibliotecas”, pois a leitura do aluno estará monitorada e sua importância será apenas o número de livros lidos, desviando sua atenção do objetivo mais importante no ensino da leitura: a compreensão crítica.
Porém, para alcançar esse objetivo os pais e professores devem dar exemplos às crianças. No início da alfabetização devem incentivar as crianças a ler pequenos livros com vários desenhos e grandes letras, pois, segundo Bamberger (2002, p.50): “A criança entra em contato com a linguagem das gravuras antes da linguagem das letras. Uma vez que ela já aprendeu a entender o significado das figuras, é necessário que o material de leitura inicial as contenha em grande número.” Se a narrativa contém várias figuras e pequenas frases as crianças compreenderão o texto com maior facilidade.
Conforme o desenvolvimento das crianças, a configuração do livro muda seus espaçamentos, gravuras e as letras diminuem. É importante que um adulto esteja acompanhando a leitura das crianças, fazendo-os debater suas opiniões e idéias sobre o assunto lido.
Com o amadurecimento do leitor seu gosto pela leitura transforma-se. Bamberger (2002, p.35), diz que “As motivações para a leitura e os interesses por ela diferem não só para os vários grupos de idade, mas também para cada tipo particular de leitor.”. O autor afirma que o gosto pela leitura e seu gênero é influenciado pela idade, meio social e interesse pessoal. O interesse pessoal pode variar entre quatro tipos de leitura: informativa, escapista, literária e cognitiva. Também aumenta a exigência pela leitura independente, proporcionando melhora na habilidade de leitura, de forma que, progressivamente, os alunos se familiarizem com a literatura e venham a adquirir o hábito de ler e também possam utilizar essa habilidade para conseguir acesso a novos conteúdos.
Nesse sentido, cabe aos professores introduzirem a leitura aos alunos para que estes venham a praticar o ato de ler com prazer. Os educadores devem dar a eles chance de entrar em contato com uma diversidade de textos e deixá-los captar as primeiras emoções e ideias do texto. Para esse tipo de exercício as bibliotecas escolares e públicas se tornam importantes, pois elas possuem variados gêneros literários que os alunos precisam para satisfazerem seus interesses pessoais.
É importante que os alunos se sintam à vontade entre os livros e após a leitura cabe aos educadores estimulá-los a compartilhar as emoções e ideias que a leitura lhes despertou. Se a leitura envolve compreensão, o leitor se aproxima do mundo significativo do autor, que lhe oferece novas perspectivas e opiniões. A leitura contribui para a cultura do indivíduo, seja a leitura realizada por obrigação ou por interesse pessoal.
Na leitura feita com o intuito de buscar conhecimento o importante é a experiência emocional e os critérios elaborados com o objetivo de analisar e criticar a obra lida, não importando se o leitor esteja ou não lendo por obrigação ou prazer. Quando se lê para aprender o aluno passa a se interrogar sobre o assunto em questão, estabelecendo relações com o que sabia e as informações recém adquiridas, faz anotações e procura tirar dúvidas, levando-o, assim, a outros significados não presentes no texto.
Outro beneficio que a leitura traz é referente a escrita, quanto mais se lê, melhor se escreve, pois o aluno adquire base para apoiar suas idéias e desenvolvê-las, também a leitura dos próprios escritos faz com que os alunos se tornem críticos. O erro na redação leva-os a escreverem com maior perfeição, juntando o conhecimento antigo e o adquirido com a nova leitura.

A Poesia na Escola



“A poesia sensibiliza qualquer ser humano. É a fala da alma, do sentimento. E precisa ser cultivada.” Afonso Romano de Sant’Anna.
As crianças em séries iniciais tem preferência por atividades lúdicas em que a afetividade possa ser declarada de forma natural, por isso o trabalho com poesias pode ser realizado de inúmeras maneiras e de forma interdisciplinar, onde o professor desenvolva os conteúdos maneira transversal e as crianças se sentem motivadas a participar e construir o conhecimento de forma natural, significativa, espontânea e motivadora. Pela capacidade de sua forma lúdica, a poesia amplia as possibilidades de comunicação e expressão e promove o interesse por diferentes gêneros orais e escritos.
Para trabalhar com poesia, inicialmente o professor deve partir de uma leitura poética do mundo, fazendo da poesia motivo de apreciação lúdica e de motivação para a produção de intertextualidade (relação existente entre textos diversos, da mesma natureza ou de naturezas diferentes e entre o texto e contexto) e isso pode ser feito brincando com palavras.
Ana Elvira Gerbara, no seu texto “O poema, um texto marginalizado”, sugere quatro momentos para o trabalho com a linguagem poética. O primeiro consiste na leitura contemplativa, onde a criança é sensibilizada para as sensações e emoções que a leitura da poesia desperta. O segundo momento é a apresentação da autora e obra aos alunos. O terceiro chama-se contentamento geral, em que o poema é analisado, discutido, trabalhado e brinca-se com as palavras e a estrutura do mesmo. O quarto e último momento é a síntese da poesia, quando a história é recontada e/ou reinventada pelos leitores, através de outros poemas, textos, ilustrações, entre outras formas textuais. Salienta-se aqui que, reinventando textos a criança pode reinventar a própria história, com liberdade de criação, ela liberta o seu “eu”, mostrando espaços desconhecidos de si mesma.
O professor pode organizar situações que envolvam música, explorar datas comemorativas, dramatizações, rimas, coros falado, integrar as TIC ao processo de estudo e leitura das poesias. Existem muitas possibilidades de promover aulas contextualizadas e dinâmicas utilizando a poesia na sala de aula em séries inicias despertando nas crianças o gosto pela leitura e escrita, bem como desenvolvendo a interpretação das situações e o uso da linguagem conotativa. Outra maneira que de trabalhar a poesia é através do desenho, fazendo a criança expressar seu entendimento sobre o texto.
Trabalhar com poesia em pares é muito interessante. Este trabalho é realizado de duas maneiras: primeiro, através da leitura da poesia, depois são propostas as atividades interpretativas, nada de questões objetivas, já que cada pessoa interpreta um texto de forma diferente, mas de maneira coerente. As duplas conversam sobre o texto e escrevem o que foi entendido.
A interação com a poesia é uma das responsáveis pelo desenvolvimento pleno da habilidade linguística da criança e do adolescente, através do acesso e da familiaridade com a linguagem conotativa e desenvolvimento da sensibilidade para a compreensão de si própria e do mundo, o que faz deste tipo de linguagem uma ponte fundamental entre o indivíduo e sua vida. Através do uso deste gênero de leitura, é visível o desenvolvimento da atenção, curiosidade e concentração que a poesia proporciona.
É proveitoso ressaltar também que construir um cantinho para fixar vários tipos de poesia é um método eficaz para o incentivo da leitura e interpretação poética, pois quanto mais se lê, mais se aprende e cria o hábito da leitura não só de poesia como de outros tipos de textos também. Portanto devemos lembrar que trabalhar a poesia ligada à data comemorativa só se torna sem criatividade e método empobrecido, quando a poesia só é lembrada nestas datas. Por isto o ideal do trabalho com poesias é envolver as crianças levando-as a viajarem na imaginação, desenvolvendo nelas o gosto pela leitura, poder de observação, gosto artístico, desenvolvimento de atitudes, visando estabelecer uma relação entre o mundo da fantasia e a realidade.
Todas as estratégias capazes de aguçar a sensibilidade da criança e do adolescente para a poesia são válidas. É interessante para isso, que a poesia seja freqüentemente trabalhada em sala de aula para que ocorra um interesse por ela. Algumas escolas e livros didáticos primam pela análise estrutural da poesia, trabalhando esta somente pela sua sintaxe, ressalta-se a importância da leitura sensitiva da poesia e dos seus reais sentidos, pois a poesia é para ser sentida, muito mais que compreendida.
Desta forma, compreende-se que é importante conhecer a grande variedade e diversidade de textos que percorrem a sociedade, juntamente com suas funções sociais para que, assim, apresente à criança e utilize-os de forma significativa, criativa e qualitativa em sala de aula. Fugindo do convencional no ensino da leitura e escrita, promovendo a ludicidade e atraindo as crianças e adolescentes de uma forma descontraída e leve, a poesia preenche todos os requisitos para estimular a afetividade, o prazer do ler, propiciar a livre interpretação e desenvolver a aprendizagem.

Brincando com as palavras...

LINGUAGEM CONOTATIVA


Na linguagem conotativa, o sentido comum de uma palavra é alterado: dá-se à palavras um outro sentido que não é o literal, os textos  são de caráter subjetivo e  também é comum a presença de figuras de linguagem.

 

SACOLA DE LEITURA

Coordenado pela professora responsável pela Biblioteca no turno da tarde,com o objetivo de oportunizar atividades que despertem nos alunos juntamente com a família, o gosto pela leitura, levando-os ao sucesso da aprendizagem.

"Ler é uma conquista tão importante que será usufruída pelo resto da vida e abrirá, a cada dia, uma nova janela para o mundo".
                                                                         Maurício de Souza









Título do Projeto: Projeto de Leitura

  Período de Execução: março a dezembro de 2012.


 Público Alvo: Alunos do 1º ao 9º Ano do Ensino Fundamental.



“Ler é uma conquista tão importante que será usufruída pelo resto da vida e abrirá, a cada dia, uma nova janela para o mundo”.
                                            Maurício de Souza


2. JUSTIFICATIVA


            Considerando:
- A importância da leitura e interpretação no mundo de hoje;
- Que nossos alunos para terem êxito e sucesso na aprendizagem necessitam fundamentalmente de uma boa leitura e interpretação eficaz para o desenvolvimento de todas as disciplinas;
- Que a Escola, enquanto propulsora do ensino, necessita incentivar e oferecer melhorias para que os alunos tenham sucesso;.
            Justifica-se o presente Projeto.

3. OBJETIVOS
GERAL
- Oportunizar atividades que despertem nos alunos juntamente com a família, o gosto pela leitura levando-os ao sucesso da aprendizagem.
ESPECÍFICOS
- Oferecer atividades variadas que levem o aluno a ler;
 - Despertar para a importância da leitura como prática social;
- Oportunizar nas aulas, independente de disciplina, formas de desenvolver o gosto e o interesse pela leitura;
- Ampliar o vocabulário dos alunos;
- Reproduzir histórias através de relatos orais e escritos;
Incentivar o hábito de leitura com a família;
- Permitir a troca de experiências entre as turmas para que todos tenham oportunidades iguais;
- Desenvolver o senso de responsabilidade com o material de leitura.
4 . DESENVOLVIMENTO
            O Projeto será desenvolvido da seguinte forma:
- Na terceira semana de cada mês, na 1ª e 2ª h/a a responsável pela biblioteca irá fazer o momento da leitura independente da disciplina em cada turma;
-Os alunos levarão para casa uma sacola com  leituras diversas por uma semana ( Uma turma por semana);
- Em um caderno que estará na sacola, será feito o registro do que foi lido com exposição aos demais colegas;
- Através da retirada de livros.

5.AVALIAÇÃO

          Ocorrerá durante todo o processo, a partir da observação direta das atitudes do aluno leitor no seu cotidiano, e do registro  das atividades propostas.
 




Literatura infantil


FALANDO PELOS COTOVELOS

                                        Sugestão de Projeto de Leitura
RESENHA DO LIVRO FALANDO PELOS COTOVELOS DE  LÚCIA PIMENTEL GÓES

Rui fica muito encafifado quando a avó lhe diz “não vá esfolar o pé da mesa!”, e logo depois avisa que “vem vindo um pé-devento”. A mãe, para complicar, ainda acrescenta: “Vá num pé e volte noutro!”. É muito pé para a cabecinha de Rui. Assim não dá pé! Onde estará a cabeça do alho que a mãe mandou buscar? E a
coitada da irmã, que tem que fazer boca de siri? Isso sem falar na cabeça dele que, alguém falou, está nas nuvens. Ai, meu Deus, será que ninguém fala coisa com coisa? E, de confuso, o pequeno passa a assustado, achando que a avó vai espetá-lo e assá-lo na brasa só porque tirou notas baixas. Rui chora, a mãe põe a culpa nos filmes de horror da televisão e explica que ele não pode levar tudo ao pé da letra. Mas a avó se zanga com ele. “Não tem jeito”, se conforma o menino. “Eles têm que falar comigo como se eu fosse do tempo da onça!”





Durante a leitura:

1. Antecipar aos alunos que o texto trará muitas outras expressões como as do título. Orientá-los para que tentem identificálas e que anotem as que não entenderam.



2. Peça para observarem como as ilustrações produzidas  no livro e que traduzem o sentido literal das expressões e provérbios, mostrando as confusas interpretações que Rui produz a respeito do que a avó e a mãe falam.

Depois da leitura:

1. Faça, junto com os alunos, um levantamento de todas as ocorrências de expressões populares e provérbios que aparecem no texto, e aproveitem para observar quais foram ilustrados. Solicite que expliquem oralmente o que querem dizer. Assim, você terá oportunidade de esclarecer dúvidas.

2. Proponha que, durante a semana, recolham expressões desse tipo, prestando atenção ao que ouvirem na rua, em casa, nos comerciais de tevê etc.

3. Peça que cada aluno escolha uma das expressões pesquisadas e a ilustre como fez Negreiros para as do livro. Promova depois uma exposição dos trabalhos chamada “Ao pé da letra”.

4. Pé de mesa, céu da boca são catacreses, expressões metafóricas que já caíram em domínio público, isto é, já se transformaram em nome popular para o que designam. Fazer com a classe um levantamento de outras (sugestões: asa da xícara, pé da montanha, boca da noite etc.).

5. Desenvolva com a classe o trabalho com os provérbios, pedindo que procurem outros junto aos familiares ou mesmo em livros que os relacionem, como O livro dos provérbios, ditados populares  de Ciça Alves Pinto, da Editora SENAC, São Paulo. Esclareça o seu significado, pois nem todos são fáceis de entender.

6. Brincando de encontrar o par
Aproveitando a estrutura binária dos provérbios, escreva-os em tiras de cartolina e recorte-os separando suas duas partes. Depois, embaralhe as tiras e peça que os alunos encontrem o par.

Exemplos:

Em boca fechada           nada tem.
Quem tem pressa           espeto de pau.
Quem tudo quer             não entra mosca.
Em casa de ferreiro        come cru.

Uma outra proposta seria a de simplesmente completar os provérbios que eles já trabalharam. Sugestão:

Quem não tem cão ............................
Filho de peixe ....................................
De grão em grão, ...............................

7. Verificar se eles prestaram atenção que um dos provérbios que aparecem no texto (“Macaco velho não bota a mão em cumbuca”) foi modificado pela avó: “Sou macaca velha e ainda boto a mão em cumbuca!” A mudança provoca, evidentemente, uma alteração de sentido. O que a avó quis dizer com aquilo?

8. Jogos de mímica
Organize a classe em grupos. Sorteie um provérbio para cada um. O grupo deverá apresentá-lo sem usar palavras, apenas recursos teatrais, como mímica ou ruídos. A classe deve adivinhar de que provérbio se trata.